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Até me custa dizer, mas bem tinha razão o ex-vereador Costa da Silva sobre a temática da água. Agora, com tanta conversa, vamos ser obrigados a ter a água mais cara.
Curiosos os argumentos: Lei mais Lei! Mas foram estes senhores que se meteram na embrulhada e agora quero ver quem nos tira dela. Já parecem o ex-Ministro Gaspar a justificar os cortes a que fomos sujeitos.
Vamos ter que aguentar?
Uma vergonha!
Viana do Alentejo Já
(...) Ponto dez) Proposta de aprovação do novo tarifário dos Serviços de Abastecimento Público de Água, Saneamento de Águas Residuais e de Gestão de Resíduos Urbanos
O senhor Presidente solicitou ao senhor Dr. Belchior Lourenço, responsável da empresa que elaborou a fundamentação técnica, quer para este Município, quer para os restantes que constituem a AMCAL – Associação de Municípios do Alentejo Central, que fizesse a apresentação do novo tarifário dos Serviços de Abastecimento Público de Água, Saneamento de Águas Residuais e de Gestão de Resíduos Urbanos.
Assim, o Dr. Belchior Lourenço começou por informar que o apuramento devidamente fundamentado da estrutura de custos dos Serviços em apreço, ao nível Municipal, ganhou contornos mais exigentes, em virtude da entrada em vigor em agosto de 2011 do Decreto-Lei n.º 194/2009, de 20 de agosto, que atribui competências à ERSAR, I.P – Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos, ao nível de regulação dos sistemas em gestão direta, requerendo assim o apuramento de um conjunto de elementos que fundamentem a política tarifária, garantindo quer a universalidade de acesso pela população, quer a recuperação sustentável dos custos. Adiantou que daqui se depreende que a decisão política de fixação dos tarifários terá que levar em conta o custo total do sistema, de forma a honrar os compromissos da “alta” e as necessidades da “baixa”, como também a garantia de acesso aos serviços pela análise da acessibilidade económica dos utilizadores, como também pela criação de tarifários especiais para consumidores particularmente mais vulneráveis e para agregados familiares de maiores dimensão, onde um maior consumo não implica necessariamente desperdício. Referiu que a lógica de ajustamento tarifário e compreensão do seu impacto junto da população preconizada pela Entidade Reguladora, é seguida e entendida como essencial, quer para os elementos do seu Conselho Consultivo, entre os quais de destacam a Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) e a DECO, como também pelas diversas entidades que estudam o setor, como são os casos da Parceria Portuguesa para a Água (PPA); Associação Portuguesa dos Recursos Hídricos (APRH); a Associação Portuguesa das Empresas do Setor do Ambiente (AEPSA); da Divisão da Água e Proteção do Ambiente; do Conselho Nacional da Água (CNA) e das Águas de Portugal SA, entre outras. O Dr. Belchior continuou a sua apresentação referindo a legislação aplicável, nomeadamente a Lei n.º 58/2005, de 29 de dezembro – Lei-Quadro da Água; a Lei n.º 73/2013, de 13 de setembro – que estabelece o Regime Financeiro das Autarquias Locais e das Entidades Intermunicipais; o Decreto-Lei n.º 97/2008, de 11 de junho; o PEAASAR II – Plano Estratégico para o Abastecimento de Água e Saneamento de Águas Residuais; o PERSU II – Plano Estratégico para o Setor dos Resíduos II; o Decreto-Lei n.º 194/2009, de 20 de agosto – Regime Jurídico das Entidades dos Serviços de Águas e Resíduos, daqui resultando a obrigatoriedade dos sistemas de gestão direta em prestarem contas à Entidade Reguladora, bem como outras recomendações tarifárias
Seguidamente, o Dr. Belchior referiu os princípios e pressupostos que foram observados na fixação dos tarifários, nomeadamente a Universalidade de Acesso, principio deste tipo de serviços públicos essenciais, que garante a universalidade de acesso em contrapartida da recuperação de custo. Referiu também o Papel do Regulador quanto à Sustentabilidade de Políticas Sociais. Referiu ainda que o facto de um Município praticar valores abaixo do mínimo de ajustamento admissível, leva a que o mesmo não seja elegível para ser apoiado por um eventual fundo de equilíbrio tarifário, uma vez que apela a uma insustentabilidade que também é fruto da não repercussão das tarifas mínimas admissíveis.
Referiu-se também às especificações mais técnicas do estudo constatando-se que a partir da análise do IAE, é assim possível aferir que o tarifário de utilizadores finais domésticos não coloca em causa o acesso da população do concelho de Viana do Alentejo, em nenhum dos consumos de referência. Acrescentou que é também possível aferir que o tarifário de utilizadores finais domésticos, na tipologia de consumo social não coloca em causa o acesso da população do concelho de Viana do Alentejo, em nenhum dos consumos de referência, dando uma maior margem de manobra para agregados de mais fracos recursos, como é o caso do cartão de reformado que atribui descontos de 50% aos seus titulares.
Também o senhor Presidente complementou, com algumas notas, a apresentação do Dr. Belchior Lourenço, referindo que evidentemente quando se faz a atualização de um tarifário e a mesma implica uma subida, ainda quer ligeira e apenas em alguns utilizadores, isso preocupa qualquer Executivo Autárquico, particularmente quando essas atualizações são realizadas numa conjuntura como a atual. Continuou dizendo que o preocupa, particularmente, as pessoas com mais dificuldades económicas e os idosos. Por isso mesmo, foi devidamente salvaguardado este aspeto, como também está explicado no documento, ou seja, o índice de acessibilidade foi garantido. No entanto, referiu que essas atualizações têm de ser feitas devido a vários fatores que estão devidamente explicados no documento de fundamentação. O enquadramento refere a legislação aplicável e enuncia alguns princípios que deverão estar presentes, bem como a fundamentação exigida, nomeadamente que os tarifários terão de ser progressivamente ajustados aos preceitos recomendados por forma a que a prestação dos serviços seja feita em condições de qualidade, de segurança, de sustentabilidade e de garantia de acessibilidade.
Adiantou o senhor Presidente que esta atualização que agora se leva a efeito cumpre todos estes requisitos, especialmente o de garantia de acessibilidade por parte das famílias com menores recursos e mais carenciadas. Para além disso, destacou ainda o senhor Presidente algumas notas que no seu entender são relevantes:
- Referiu que como se pode constatar, dos dados disponíveis pela ERSAR – Entidade Reguladora dos Serviços de Água e Resíduos, para um consumo médio de 10m3 por mês, esta Autarquia cobra uma tarifa muito abaixo da média nacional e continuará abaixo depois desta atualização (estes dados podem ser consultados no site da ERSAR e constam de um estudo que o jornal Diário de Notícias publicou no dia 8 de dezembro de 2013);
Referiu também que se pretende que o nosso tarifário fique agora uniformizado, na generalidade, com os Municípios da AMCAL – Associação de Municípios do Alentejo Central, nomeadamente com Alvito, Cuba e Vidigueira. Uma das recomendações da ERSAR, e não só, é os sistemas caminharem progressivamente para a sua sustentabilidade, ou seja, as receitas cobrirem os custos. Após esta atualização que agora propomos, apenas conseguimos cobrir cerca de 23,5% dos custos, ou seja, nem ¼ ainda conseguimos recuperar;
Desta atualização resulta uma descida na fatura a pagar por parte das Associações e IPSS’s; Adiantou que a área Social desta Autarquia já iniciou um trabalho de elaboração de um novo Regulamento para apoio a famílias numerosas; Referiu ainda que será reforçada a comunicação do desconto para os portadores de cartão jovem do Município, no montante correspondente a 10% do total da fatura; Referiu por último o senhor Presidente que continuará a política de poupança de água tratada por parte desta Autarquia, através desde logo da conclusão da obra do Centro Histórico, a qual consistiu também na substituição de condutas de água subterrâneas, com a abertura de furos para rega, com a substituição e reparação de contadores, etc…
O senhor Vereador João Penetra perguntou se já há conhecimento de quando será construída a nova conduta de águas para Alcáçovas por parte da Águas Públicas do Alentejo, tendo o senhor Presidente referido que, pelo que se consta, o concurso para a mesma deverá ser lançado no início do próximo ano.
Depois destas intervenções foi o novo tarifário dos Serviços de Abastecimento Público de Água, Saneamento de Águas Residuais e de Gestão de Resíduos Urbanos posto a votação, tendo-se verificado a sua aprovação por unanimidade.
O senhor Vereador João Penetra disse ter votado favoravelmente mas realçou que o facto de se ter integrado o sistema das Águas de Portugal, levou a um aumento de custo da água o que, para os Municípios da AMCAL significou um aumento para o triplo. Adiantou este Vereador que, para além disso, existe o risco permanente deste setor vir a ser privatizado o que certamente se traduzirá num prejuízo para os consumidores finais. Referiu ainda que a água é essencial à vida e por isso não deve ser objeto de negócio. Disse elogiar a posição dos 21 Municípios que constituem a AMGAP – Associação de Municípios para a Gestão da Água Pública do Alentejo, que resistiram, enquanto puderam, à adesão do sistema incluindo-se nos mesmos os Municípios de Viana do Alentejo e Alvito. Referiu por ultimo este Vereador que estes Municípios que constituem a AMGAP, conseguiram acordar que, em caso de privatização, a maioria do capital da AgdA pode ficar nas mãos dos Municípios e isso pode fazer toda a diferença. (...)
CÂMARA MUNICIPAL DE VIANA DO ALENTEJO
ATA DA REUNIÃO EXTRAORDINÁRIA DE 27/12/2013
Querem tirar os burros da Vila. Viana do Alentejo jamais será a mesma!